Eu, você e Ferreira Gullar

Começou seus estudos em sua cidade natal, sendo que aos treze anos passou a escrever suas primeiras poesias. Ingressa na Escola Técnica de São Luís com o objetivo de aprender uma profissão, mas desiste aos dezoito anos. Já em 1949, passa a assinar como Ferreira Gullar e lança seu primeiro livro de poesias, " Um pouco acima do chão". Ao ser perguntado a respeito de sua mudança de nome, respondia:
"Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome".

Exilado durante cinco anos, morou em diversos países, durante esse tempo escreveu suas principais obras: “Dentro da Noite Veloz” (1975) e "Poema Sujo" (1976) . Retornou Brasil em 1977, após ser absorvido pelo STF. Ferreira Gullar foi casado por duas vezes, seu primeiro casamento foi com Teresa Aragon; e o segundo com Cláudia Ahinsa; teve três filhos: Marcos, Luciana e Paolo Gullar. Em 2014, recebeu a honraria de ser considerado um dos imortais da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de n. 37. Gullar morreu em quatro de dezembro de 2016, em decorrência de problemas respiratórios.
Dois e dois: quatro
Como dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena
como é azul o oceano
e a lagoa, serena
como um tempo de alegria
por trás do terror me acena
e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena
— sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade, pequena
Ferreira Gullar
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